Em tempo de pandemia do coronavírus, com a população isolada em casa e o comércio fechado para evitar o contágio da Covid-19, as empresas precisam recorrer às entregas para continuarem funcionando. Durante esse período, o setor de delivery se apresenta como uma das principais alternativas para consumidores e comerciantes.

Dados do setor mostram salto de 155% no número de usuários de março a abril do ano passado, quando o estimado para o período era de 30%. O crescimento de pedidos também acompanhou o crescimento de usuários, atingindo expressivos 975% de aumento.

Levantamento da Statista – empresa especializada em dados de mercado e consumidores – mostra o Brasil como destaque no segmento de delivery na América Latina em 2020. O País foi responsável por quase metade dos números do delivery, 48,77%. Em seguida estão México e Argentina, com 27,07% e 11,85%, respectivamente. As previsões para este ano (2021), são de mais crescimento e estimam um movimento de aproximadamente US$ 6,3 trilhões do delivery em todo o mundo até dezembro.

O professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, Edgard Monforte Merlo, acredita que o sistema de delivery é uma tendência não só no Brasil, mas no mundo, e que deve continuar. Segundo ele, esse sistema deve se desenvolver mais com a pandemia, “porque a volta ao ‘normal’ ainda está longe de acontecer”.
Merlo destaca ainda a inovação como a palavra que deve definir o setor de alimentos daqui para frente. Empresários e gestores, afirma o professor, devem ficar atentos para atender com rapidez e até antecipar as novas demandas dos consumidores. Assim, para se manterem competitivas no mercado, as empresas precisam atentar para as tendências do setor de alimentação e aos desafios gerados pelas mudanças.
Beneficiado pelo delivery, o empresário Adriano Loutz diz que seu restaurante triplicou as vendas por delivery com o início da pandemia. O faturamento, segundo o empresário, é menor que o funcionamento normal em loja física, mas que “sem o delivery teria fechado o restaurante”. Mas, mesmo voltando ao atendimento presencial, Loutz acredita que o sistema de delivery deve permanecer em um patamar de destaque, já que muitos clientes passaram a conhecer esse serviço.